Dia Mundial do Meio Ambiente
Temos pouco para comemorar e muito para refletir sobre a nossas ações, nossas contribuições negativas e positivas para a boa qualidade ambiental do meio em que vivemos.
Já se passaram 49 anos da criação pela ONU do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 1972 na Conferência de Estocolmo. A data tem como objetivo estimular a consciência global sobre o nosso planeta e apoiar práticas sustentáveis. Será que esses objetivos foram alcançados? A resposta é sim, mas parcialmente.
Para tentar compreender melhor o assunto proponho segmentar em escala os principais problemas:
- Problemas globais: alterações do clima (aquecimento); poluição dos oceanos (plástico)
- Problemas regionais: explosão demográfica; exaustão dos ecossistemas; redução da biodiversidade; desertificação, escassez de água
- Problemas locais: adensamento populacional; alteração da paisagem; supressão da vegetação nativa; falta de saneamento; alto consumo de energia; alto consumo de alimentos, fibras, calefação, refrigeração e produtos industrializados; poluição dos mananciais; grande produção e acúmulo de resíduos sólidos (lixo).
Mas é importante dizer que na prática, os sistemas ecológicos se interligam, o local afeta o regional, que afeta o global e vice e versa. Essa divisão só faz sentido para melhor compreendermos de que maneira nossas ações locais, podem impactar em todas as escalas.
Considerando, os problemas locais listados, na minha visão os prioritários para o nosso tempo, o que podemos fazer para mitigá-los? Ora, essa resposta certamente exige uma outra segmentação, agora, por organização social:
- O estado
Promover a regulação de caráter ambiental de modo direto e transverso em todos os setores, que vai da ordenação da ocupação do espaço geográfico, às políticas públicas de regulação e fomento, para o saneamento; desenvolvimento e fomento para produção de energia oriundas de fontes renováveis; criação e manutenção de Unidades de Conservação e Preservação da Biodiversidade; regulamentação e fomento para adoção de práticas e processos de produção com maior eficácia energética; desenvolvimento de políticas e programas de conscientização e acesso universal aos meios de controle de natalidade; regulamentação e fomento de politicas para gestão dos resíduos sólidos com vistas na redução da produção e na logística reversa. Educar, informar, fiscalizar e punir os autores de infrações às leis e regulamentos relativos ao meio ambiente.
- As organizações da sociedade civil (empresas e ONGs)
Agir de forma proativa em relação aos preceitos de sustentabilidade nas suas dimensões sociais, ambientais e econômicas.
Avaliar de modo objetivo a pegada ambiental de seus processos e práticas.
Implantar programas de melhoria contínua com foco na redução de consumo energético e de materiais, levando em consideração toda cadeia de produção e ciclo de vida de seus produtos.
Implantar programa de Gestão de Resíduos com vistas na redução, reuso e reciclagem.
Desenvolver soluções e produtos para o mercado, com vistas na eficácia energética, baixo impacto ambiental negativo, sob a ótica do ciclo de vida do produto.
Desenvolver programas de marketing voltados para o consumo consciente.
- O cidadão
Buscar informações a respeito de boas práticas de cidadania em relação ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável.
Organizar o seu espaço, a sua casa e a sua vida de modo a consumir a menor quantidade de energia possível, ter eficácia energética. Casas e ambientes com boa iluminação natural, materiais com bom isolamento térmico. Ao se deslocar dar preferência ao transporte coletivo, bicicletas ou a pé. Usar carros de maior eficiência energética e que usam combustíveis menos poluentes como o biodiesel ou etanol.
Ser um consumidor consciente, com vistas na redução, no reuso, na reciclagem e nos biodegradáveis.
Consumir produtos e serviços reconhecidamente com menor pegada ambiental no seu ciclo de vida.
Participar de iniciativas coletivas de proteção ambiental e desenvolvimento sustentado.
Promover através do voto, a participação de mandatários públicos reconhecidamente comprometidos com as questões ambientais e com o desenvolvimento sustentável.